O João tem agora 5 anos e tem diabetes tipo 1 desde os 21 meses. Neste espaço partilho tanto as minhas alegrias e as minhas conquistas, como os meus receios e tristezas em relação à diabetes do meu filho, na esperança de que a minha história ajude outros pais de crianças com diabetes.















quarta-feira, 6 de julho de 2011

Hemoglobina glicosilada (de novo!)

O João voltou a fazer análises ao sangue e recebemos o novo resultado da HA1c: 8.3.

Apesar deste valor estar longe do ideal (a nova médica do João apresentou-nos como meta 7.2, tendo em conta que o João tem apenas 4 anos), é a primeira vez, em 2 anos e meio de diagnóstico, que temos um valor abaixo de 9.4.

Para nós é uma pequena vitória, um sinal de que estamos a aproximar-nos do nosso objectivo.

A mudança deveu-se a uma alteração nas rotinas do João:

Agora damos a insulina sempre dez minutos antes de iniciar a refeição e, se a glicémia estiver acima de 110, esperamos ainda mais tempo. Fiz várias experiências entretanto e percebi que, se ele estiver com uma glicémia muito alta, a rondar os 200, meia hora depois de lhe darmos a insulina, a glicémia desde para 100, sem ter comido nada. Isso abriu-me os olhos: se ele tem 200 e come logo a seguir a ter recebido a insulina, a glicémia vai subir bastante ao longo da refeição. Só essa mudança fez uma grande diferença!

Outra alteração que fizemos foi diminuir a quantidade de comida que ele come à ceia (agora só come um equivalente, uma porção de Hidratos de carbono) e começámos, confesso que ainda com algum receio, a dar-lhe alguma insulina rápida à ceia. A gestão dos valores nocturnos é um aspecto que temos de melhorar. Ainda não conseguimos um equilíbrio...

Também deixámos de medir as porções de hidratos de carbono "a olho", começámos a pesar e a medir tudo o que o João come (em casa) e realmente resulta melhor...

Quanto às hipoglicémias, neste momento corrigimos a hipo com açúcar, esperamos 10 minutos, verificamos se a glicémia já subiu e damos-lhe uma porção de hidratos de carbono sem insulina rápida ou a refeição e a insulina rápida para cobrir o que vai comer, se estiver na hora de uma refeição. Isso fez toda a diferença. Nunca mais tivemos uma hiper a seguir a uma hipo, como acontecia frequentemente.

Também alterámos a proporção insulina-Hidratos de carbono. Até aqui, dávamos meia unidade de insulina rápida para cada equivalente ou porção de hidratos de carbono. Neste momento, para cada duas porções de HC damos 1,5 u de insulina durante o dia e mantemos o esquema anterior ao jantar e ceia.

Pela primeira vez em tantos anos de diagnóstico, tenho a certeza de que vamos conseguir boas glicémias e uma boa HA1c.

A minha mensagem para os pais que estejam a lutar sem conseguirem baixar a HA1c é: procurem ajuda junto do médico. Se sentirem, como eu sentia, que não estão a ser bem acompanhados pelo vosso médico, procurem outras soluções. Há muito que depende de nós, mas sozinhos não conseguimos resolver tudo.