O João tem agora 5 anos e tem diabetes tipo 1 desde os 21 meses. Neste espaço partilho tanto as minhas alegrias e as minhas conquistas, como os meus receios e tristezas em relação à diabetes do meu filho, na esperança de que a minha história ajude outros pais de crianças com diabetes.















segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Lutas diárias: controlo das glicémias e dos ânimos

O João fez anos em Novembro, já está um rapazote de cinco anos. Bem disposto, inteligente e muito meiguinho. Vou distribuindo as minhas preocupações entre o controlo das glicémias e a luta para que não se sinta triste por ter diabetes. Para começar, tenho tentado melhorar a minha atitude em relação à doença e, sobretudo, às glicémias menos boas.

Quando, na última consulta, a médica começou a dizer "as glicémias do João estão...", ele completou a frase baixinho "más". Até a médica ficou espantada a olhar para ele. Acho que estou a precisar de expressar menos a minha frustração com o controlo das glicémias quando ele está por perto. Acho sempre que ele nem está a ligar ou que controlo muito bem as minhas reacções e comentários ao pé dele, mas parece que não é bem assim...

Outra coisa que comecei a reparar que ele faz é querer comer alguma coisa e não dizer nada. Fiquei triste quando me apercebi disso. É muito pequenino para ter de aguentar a frustração. Prefiro que peça e, se não puder comer, negociamos para comer noutra altura. Até prefiro que se zangue comigo por não o deixar comer...

Quando se trata de doces, continua a ser complicado para mim determinar que quantidade de guloseimas é aceitável. Como é o meu único filho e como ouço a nutricionista e os pais a dizerem uma coisa, mas vejo os meninos a fazerem outra, estou sempre a questionar-me e à procura de um equilibrio. Mas, em geral, se ele pede, e pede muitas vezes, dou-lhe. Tento é guiá-lo para que escolha guloseimas que não lhe façam muito mal (com pouco açucar e/ou pouca gordura). A única regra que nunca deixo que seja quebrada é: doces, só depois da refeição. Não só para podermos ajustar a insulina, mas também porque assim acaba por absorver menos açucar.

Este mês foi, pela primeira vez, passar a tarde a casa de um amiguinho do infantário. Fiquei muito agradecida aos pais do menino que, sem saberem nada sobre diabetes, se disponibilizaram para tomar conta dele. Correu tudo muito bem. Ele adorou, claro. As glicémias estiveram óptimas. Eu passei a tarde a andar para a frente e para trás (fui levá-lo, passada hora e meia fui medir a glicémia para o lanche e dar a insulina e passada mais hora e meia fui buscá-lo) e preocupadíssima com as glicémias, mas o mais importante foi que demos mais um passo para que ele tenha uma vida saudável, recheada de coisas boas e o mais parecida possível com a dos outros meninos.

Sem comentários:

Enviar um comentário